Análise da literacia digital em saúde
O Teste de Inteligência Digital em Saúde (TIDs) foi desenvolvido para possibilitar uma autoavaliação das competências digitais necessárias para uma atuação profissional qualificada na área de saúde digital de estudantes e trabalhadores da saúde com base nos perfis de literacia digital disponíveis no modelo de inteligência digital proposto pelo DQ Institute de Singapura. Conheça as bases formais deste trabalho na dissertação de mestrado de Gilberto Vieira Branco, denominada "Análise da literacia digital de estudantes e trabalhadores da área da saúde" (PDF), apresentada junto ao Programa de Pós-graduação em Gestão e Informática em Saúde, da Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
O objetivo do estudo foi realizar uma análise da literacia digital de estudantes e trabalhadores da saúde para identificar os respectivos perfis de competência digital e estabelecer uma escala de valores para sua mensuração.
Com relação ao método empregado, trata-se de um estudo transversal, descritivo e com enfoque quantitativo. Foi realizada revisão integrativa de literatura nas bases indexadas Pubmed, Eric e Portal de Periódicos Capes, identificados os estudos relevantes e selecionado o framework de inteligência digital como base para o desenvolvimento deste estudo.
Para atingir o objetivo principal e os objetivos secundários foram realizadas atividades de tradução e adaptação transcultural, do inglês para a língua portuguesa, das competências do relatório de literacia digital do DQ Institute. As competências estavam organizadas em oito áreas de desenvolvimento e nomeadas da seguinte maneira: identidade digital, uso digital, proteção digital, segurança digital, inteligência emocional digital, comunicação digital, literacia digital e direito digital. Cada competência oferecia três perfis de conhecimento: cidadania digital, criatividade digital e competitividade digital, em conformidade com o framework de literacia digital, habilidades e prontidão do DQ Institute. Foi realizada a organização do texto traduzido em formato de tabela para facilitar a inserção das afirmações traduzidas em banco de dados.
Uma vez que a base de dados do instrumento estava pronta, foi iniciado o desenvolvimento computacional do TIDs e do relatório de sinastria digital. Na sequência foram realizadas as etapas de avaliação por especialistas, ajustes e aplicação do teste em sua versão Alfa. Após sua aplicação foi realizada a análise dos resultados, discussão sobre os pontos fortes e fracos identificados, verificação dos ajustes necessários para o desenvolvimento e aplicação da versão Beta.
Os resultados do estudo incluem uma plataforma digital que foi criada no servidor de rede do Departamento de Informática em Saúde da Escola Paulista de Medicina (EPM) na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) para armazenar o teste nas versões Alfa e Beta. Em sua primeira aplicação foram obtidos 292 respondentes válidos, alunos do curso de especialização em informática em saúde da UAB/UNIFESP, que responderam a 44 afirmações e tiveram acesso ao relatório com a apresentação do percentual global e específico por perfil, bem como a apresentação dos pontos fortes e fracos relacionados às competências de literacia digital. Na versão Beta foram obtidos 79 respondentes que tiveram a possibilidade de responder 56 afirmações relacionadas à saúde digital e tiveram acesso ao relatório de sinastria digital com apresentação de gráficos dinâmicos e um questionário de avaliação dos resultados obtidos. Foi realizada estatística descritiva quantitativa dos percentuais de atingimento global e específicos nas duas versões e a estatística descritiva qualitativa para apresentar a relação entre as variáveis do teste e as respostas obtidas e os agrupamentos por área de atuação.
Foi possível atingir os objetivos definidos e realizar a análise da literacia digital dos estudantes e trabalhadores da saúde, estabelecer uma escala de valores e construir a plataforma para aplicar e armazenar os resultados do TIDs.